"It's getting harder to believe in anything than just to get lost in all my selfish thoughts"

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


                                                    ENEM 2012

   O Brasil tem se mostrado como uma nação amiga à chegada de imigrantes nos últimos tempos. Seu crescimento e constante desenvolvimento no âmbito industrial somada à sua independência comercial e saudáveis alianças com as nações vizinhas, é o que ressalta na hora em que aqueles que precisam, procurá-lo como escapatória a seus problemas.
   Seu papel como país emergente e neutro nos grandes conflitos de dimensões mundiais, fê-lo crescer e aparecer aos olhos daqueles que buscavam outras direções anteriormente. Sendo receptivo aos imigrantes provindos de países necessitados ou vítimas de situações extremas em suas fatalidades, tem recebido um número cada vez maior de imigrantes de suas redondezas. A questão, porém, destaca-se em analisar o fato de que não basta aceitar e de forma superficial e pouco envolvente abrigar esses imigrantes, mas sim mantê-los em situações dignas de convívio nessa nova sociedade.
   Salvo aqueles que por ventura se deram bem nesse país de embarque, certos fatos não podem ou devem ser deliberadamente esquecidos. Como exemplo, há de enfoque diante de nossos olhos a situação problemática dos trabalhadores bolivianos na cidade de São Paulo, onde são explorados com longas cargas horárias de trabalho e recebem em troca uma remuneração incompatível a esse comportamento.  Sem contar, inclusive, nos trabalhadores de corte da cana-de-açúcar, tarefa essa comparada à semi-escravidão.
   Devido à entrada ilegal desses imigrantes, sua busca por justiça torna-se tímida na medida em que sua permanência no país passa a correr risco de expelir em seu tempo. Para que o risco de ocorrência desse tipo de resistência a comunicação desses problemas às autoridades não persista, estas deveriam envolver-se e responsabilizarem-se mais na vida desses imigrantes, que além de promover o nome de nosso país como “amigo”, só enriquece ainda mais aquilo que é a nossa cultura.  

Nathalia Bueno


quinta-feira, 15 de novembro de 2012



APOCALIPSE DOS SONHOS

                                      

   Eis o que somos ou o que restou do que um dia fomos, ou ainda do que ao menos tentamos por mais diversas e conturbadas vezes ser. Não mais o somos, pois não há o que ser tocado senão as cascas, faíscas e destroços do que o mundo um dia destruiu. Mas ainda buscamos a beleza imposta nos arredores de tudo o que um dia tocamos, lembrando-nos da natureza linda que ainda insiste em manifestar-se nos mais tristes becos e saídas das grandes cidades.   
   E nessa realidade, talvez pós-apocalíptica, se considerado tudo o que se perdeu quando nos impuseram um novo mundo, um novo jeito de encarar e lidar com as coisas das quais acreditamos, queremos ver, sentir e admirar, é que maravilhamo-nos com as flores que o mundo nos traz, com a pureza escondida nos mais distintos rostos pelas ruas. Assim como eles, buscamos nossos próprios ideais em cada singelo gesto de bondade que ainda acreditamos existir nesse mundo louco que nos cerca.
   E a essa globalização das ideias que o mundo cada vez mais se converte, loucos são os que persistem em seguir a lógica de suas mentes com seus próprios sonhos e convicções. – E estamos aqui não para radicalizar esse processo de preservação do que é a nossa cultura, mas sim, para lembrá-los de que apesar de tudo, ainda acreditamos num mundo melhor, um mundo mais justo e mais digno, e para dá-los a certeza de que, por fim, ainda acreditamos nas pessoas.

Nathalia Bueno  

             PISCINAS VAZIAS

Piscinas vazias
Sozinhas me assustam,
Embalam-me no susto
De quase cair
A um meio mais novo,
Livre de águas, de cloro,
De medo, de falta de ar,
Do sopro sufocante
Do vento a calhar,
Quando da água me saio
E volto a pular.

Piscinas vazias,
Que ousadia eu pensar
Que pudessem guardar
Um resquício de água
De sopra para mim.
E, elas vazias acumulam lembranças
Dessas e outras andanças
Daqueles que sabem
Ou nunca souberam nadar.

Piscinas vazias guardam resquícios,
Acumulam perigos
De um vazio a enganar.
Evito-as assim que aproximo
Meu trajeto dos delas.
Que eu não caia,
Desequilibre ou distraia
Quando descuidada,
Por elas passar.
E a elas, assombrada,
De um jeito ou de outro,
Preciso evitar.

Nathalia Bueno

Why Georgia


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Don't Look Back in Anger



                                     Armadilhas do inconsciente

   Dizem que somos nós os reais culpados pelas desolações em nossas próprias mentes. Sofremos de um mal que causamos lenta e sofrivelmente a nós mesmos de forma de que em longo prazo, acabamos perdidos em nossas próprias preocupações e angústias das quais em sua grande maioria não têm sequer uma razão sólida de existência.
   Falta-nos coragem de encarar os problemas impostos em nossa frente, de derrubá-los e vivermos despreocupados um triunfo conquistado arduamente, propiciador de um orgulho benéfico que nos abriria portas a uma mais vasta socialização em prol de nossas mentes. Um mundo ironicamente distanciado de nossa realidade se ergue, pessoas de nosso convívio tampouco nos conhecem, e simplesmente não se importam mais com isso.
   Inocentes, portanto, que por um simples deslize do destino se resumem ao pior de si mesmos, elevando-se ao vazio de si próprios, como se tudo aquilo por que passaram e lutaram ao longo de suas vidas por um momento se esvaísse por completo de sua existência, como se nada mais valesse a pena. Talvez se sintam culpadas pelo que possuem num mundo onde tantos outros nem sequer podem ousar do luxo de possuir o que quer que seja. Não creio, porém, que a culpa seja o maior de seus males. Este é a solidão. Solidão essa que leva à depressão, mal que se alastra como a mais comum das doenças. Doenças da mente. Justificam-se. Desafortunados, pois eu digo.
   Em um mundo desigual onde a maioria assiste em casa à desgraça a que o mundo infelizmente se converte, nobre não é somente aquele que abre mão de tudo o que tem para sair ao mundo em busca de paz, mas aquele que ao longo de seus dias busca acima de tudo fazer a diferença que tanto quer ver no mundo. Pois que esses que não mais vêm razão em seu viver, ajudem a proporcionar esperança a vidas que por circunstâncias externas foram expostas a um tipo de realidade a que não os devia pertencer.   


Nathalia Bueno